sábado, 16 de março de 2013

A FIBA no Mundo da NBA, por Wlamir Marques

Mestre Wlamir continua abastecendo seu blog na ESPN com crônicas enriquecedoras...

Como é importante ter nosso MVP do Bi-Campeonato Mundial de 1963 na ativa...

Além de tudo...

Ele é um brilhante comentarista...

Tive a honra de trabalhar com ele no E.C. Pinheiros e posso afirmar que ele merece a total reverência do basquete nacional...

O blog 'c b basqueteiros' vai reproduzir, autorizado por ele, as crônicas escritas pelo Mestre e difundidas no facebook

Esta foi escrita com o seguinte título:

 'A FIBA no Mundo da NBA'

Antes da Olímpiada de Barcelona em 1992, o basquete mundial necessitava urgentemente de maiores atrações. A falta de maior interesse pela modalidade ocorria principalmente por culpa da própria FIBA (Federação Internacional de Basquetebol Amador) impedindo a participação de atletas profissionais em suas competições.

Não se assustem. O basquete até o ano de 1992 era considerado pela FIBA uma modalidade amadora. Qualquer atleta estrangeiro que jogasse na NBA (única liga profissional do mundo) consequentemente estaria fora das competições promovidas pela FIBA.

Nunca fiquei sabendo de atletas que tivessem os seus direitos cassados por esse motivo. Jogar na NBA era apenas uma primazia para os norte americanos.

Soube também que os salários oferecidos aos estrangeiros estavam muito aquém daqueles contratos engavetados, surgindo daí a negativa de alguns atletas estrangeiros em participar daquela liga.

Antes de 92, imperava o amadorismo marrom. Nome esse que caracterizava um profissionalismo sem registros oficiais. Chamados na época de contratos de gaveta. Interessante dizer que a minha geração nunca jogou sob qualquer tipo de contrato. A ajuda de custos era moral e nunca profissional.

À bem da verdade, não existe a profissão de “jogador de basquete”. A legislação brasileira, salvo engano, ainda não contempla essa profissão, mas respeita os seus contratos de trabalho como qualquer outro.

Já tivemos vários casos de atletas ganhando recursos trabalhistas por quebras de contratos. Aconteceram vários exemplos que não preciso citar aqui.

Àquele impedimento da FIBA era um grande equivoco. Disse isso pessoalmente ao Sr. Boris Stankovic (ex secretário geral da FIBA) em conversa reservada quando fui o delegado do Brasil em um Campeonato Mundial Juvenil Feminino realizado em Bilbao/Espanha no ano de 1989.

O amadorismo marrom já tinha sido implantado no mundo, inclusive no Brasil à partir das décadas de 50/60. Sendo assim não se justificava mais aquele tipo de censura.

Hoje fico muito feliz em ver que alguns dos nossos maiores expoentes estão brilhando na NBA. Isso mostra que ao modificarmos alguns conceitos vamos sempre poder evoluir nas nossas crenças.

Há muita coisa para melhorar no basquete brasileiro, basta termos consciência disso.

Abraços. Prof. Wlamir Marques



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